As técnicas de fixação de fronteiras

Resumo: Este artigo apresenta algumas das técnicas de fixação de fronteiras, instrumento de intervenção terapêutica, desenvolvida pelo psicólogo e terapeuta familiar, Salvador Minuchin

O individuo exerce uma influencia sob o meio onde vive e é por ele também influenciado constituindo uma espécie de teia, um sistema. A partir dai pode-se depreender a importância do atendimento sistêmico bem como do estabelecimento de limites claros dado que é fundamental para seu bom funcionamento que as fronteiras entre seus indivíduos envolvidos estejam nitidamente delineadas. Pretende-se aqui apresentar algumas das técnicas que auxiliam o terapeuta a fixar fronteiras dentro de um sistema ou de um subsistema.

As técnicas de fixação de fronteiras são frequentemente usadas nos atendimentos com famílias e buscam fazer uma regulagem à permeabilidade das fronteiras, possibilitando dessa forma uma separação entre os holons¹. Também é possível, utilizando-se, delas apontar a “[...] distância psicológica entre os membros da família e a duração da interação dentro de um holons¹ significativo”. (MINUCHIN e FISHMAN, 1990, p. 145).

FRONTEIRAS

A família pode ser caracterizada como um determinado grupo de pessoas com regras e padrões de funcionamento próprios que regulam o comportamento de todos os seus integrantes. Dentro do sistema família existem subsistemas cada um deles com suas regras. Tal sistema exerce uma forte influência sob os sujeitos que o integram. Nesse sentindo

A razão de se incluir toda a família no tratamento de problemas de ajustamento baseia-se no fato de que o que ocorre num indivíduo que vive numa família não decorre apenas de condições internas a ele, mas também de um intenso intercâmbio com o contexto mais amplo no qual está inserido. Ele não só recebe o impacto desse ambiente como atua sobre ele, influenciando-o. (MINUCHIN apud GOMES, 2003, p.)
As fronteiras são o conjunto de regras que determinam quais serão os participantes de cada subsistema da família, são as fronteiras que protegem a distinção do sistema e garantem sua particularidade, possibilitando o funcionamento eficaz do sistema familiar. “As fronteiras de um subsistema são as regras que definem quem participa de cada subsistema e como participa. Para que o funcionamento familiar seja adequado, estas fronteiras devem ser nítidas”. (MINUCHIN apud CARNEIRO, 2005, p. 4).

Ainda segundo o autor, as fronteiras nítidas são responsáveis pela construção de relações esclarecidas nas quais as pessoas dizem “sim” ou “não” objetivamente e de acordo com as demandas surgidas. Já as fronteiras difusas são constituídas por relações complexas e papéis confusos, não é estabelecida de forma clara a função de cada membro nem existe de fato preocupação e comunicação entre eles. No que diz respeito as fronteiras rígidas, elas são composta por relações distantes nas quais as pessoas não se conhecem muito bem.

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