Dívidas apontam para a necessidade de amar
Quando temos dívidas, a conclusão óbvia que temos sobre nós mesmos é: sou devedor. Não presto. Estou errado. Preciso pagar… Falar de dívidas é uma coisa muito complexa e profunda, porque atinge diversos níveis de percepção: existe a questão de crenças, a questão emocional e a questão sistêmica, que também podemos dizer, espiritual.
Falando em crenças, é só uma ideia de que a pessoa devedora é pior do que a pessoa credora. Todo o universo é energia, e dinheiro também é energia. É necessário dinheiro para movimentar o mundo da matéria, neste estágio de evolução que vivemos. Tomar dinheiro emprestado é parte do processo da construção e execução de planos. Segundo o rabino Nilton Bonder, “os empréstimos são atos de generosidade que já encontramos ao nascer e que possibilitam a existência e sobrevivência. É justamente este ato de carinho que buscamos imitar no mercado para possibilitar nele a mesma vitalidade que testemunhamos em nossa experiência de vida”. Você consegue penetrar nesta profunda sabedoria judaica, de que “empréstimos são atos de carinho”? Logo, se eu empresto dinheiro, estou possibilitando que o amor flua através deste ato, e permitindo que aquele que possui bens materiais, possa fazer com que a energia do dinheiro se movimente. Energia em movimento é vida.
Bem, você pode me dizer: mas estou afundado em dívidas, onde está o ato de carinho nesta história? É preciso separar as coisas. Falei de crenças, acima, mostrando que a questão de ter dívidas pode ser visto de um jeito bem diferente. Ponto. Mas o ato de estar em constantes problemas financeiros mostra que existe um sistema atuando, que provoca esta necessidade de ter dívidas. De não se bancar. De não assumir a responsabilidade total pela sua própria existência e sobrevivência. Mostra, no fundo, uma distorção interna, inconsciente, que aponta para uma parte de si que tem medo, carência. E cobrança. Sim! Quem deve rotineiramente, tem uma profunda cobrança dentro de si. Pode parecer incoerente, não é? Mas perceba: se você tem ou teve dívidas, não existe aquele sentimento, lá no fundinho, de que “sou coitado”, “me esforço”, “não consigo”, “não tenho sorte”, “falta capacidade”, etc? Para quem esta voz interna está falando? Este lado inconsciente e emocionalmente ferido deseja chamar a atenção de quem? Quem você está cobrando, quando faz de tudo para estar endividado? Pois é, faz de tudo para estar endividado, porque tudo na vida é obra e consequência do que penso, sinto e faço. Não existe acaso. Tudo o que ocorre na nossa vida, de agradável ou desagradável, é consequência da própria vibração interna. E falo isso não como uma forma de dizer que você está errado. Pelo contrário. As situações desconfortáveis, como dívidas, estão apontando para uma parte de si que necessita, urgentemente, ser vista, acolhida e amada…
Papai e mamãe não tem mais responsabilidade por você
O universo dá tudo em abundância. Não existe carência neste mundo. Tudo se multiplica, tudo expande… E nós, seres humanos, somos parte do universo, logo, somos abundantes também. Em última instância, a sensação de carência que temos quando estamos endividados é uma desconexão com esta verdade fundamental: somos incrivelmente prósperos! E por que não conseguimos tomar posse desta verdade, deixando que a prosperidade faça parte dos pensamentos, dos sentimentos e das atitudes nossas? Geralmente porque cobramos nossos pais, inconscientemente, de algo que não recebemos na infância. Pode ser que tivemos uma infância carente. Com violência. Conflitos. Descaso. Alcoolismo. Ou quem sabe, vivemos longe dos pais, ou porque eles morreram, ou se separaram, ou porque não estavam presentes. Existe um “eu emocional” que gostaria de amor, afeto, segurança, que não foi provido o suficiente. Esta dor persiste na idade adulta. E conduz nossas atitudes, podendo nos levar para dívidas. No fundo, esta dor quer provar que “existe carência”! Sou carente! A questão é que o passado deveria estar enterrado no passado. Os mortos devem cuidar dos mortos. Mesmo que realmente não tenhamos recebido carinho suficiente, e geralmente não recebemos, existe um momento em que devemos olhar para essa carência, pegá-la, abraçá-la, deixá-la confortavelmente aninhada, e permitir que ela adormeça. Para então perceber que, aqui e agora, sou abundantemente rico, próspero… e estou em paz.
Razões sistêmicas familiares para a carência
Se existe uma sensação profunda de carência, pode ser que você esteja, além dos problemas de infância que possa ter passado, também identificado com algo ou alguém do seu sistema familiar. Algum parente, próximo ou longínquo, que foi excluído, esquecido, abandonado, deixado para trás, quem sabe tenha padecido e morrido na pobreza. Você sente profundo amor por este antepassado, e recria em sua vida situações para relembrá-lo. Este alguém é uma energia, com uma programação, que influencia você a todo instante. É preciso determinação para olhar esta energia nos olhos. Não é necessário saber quem é, nem quando viveu esta energia. Você pode inclusive entender que é você mesmo, em outra vida. Tudo bem, não é necessário racionalizar. O importante é permitir que a emoção venha a tona, seja revivida plenamente, para poder ser deixada de lado.
Diga: eu vejo você! Sempre te vi! E te amo… Percebo agora que carreguei um peso que não era meu, por amor a você… Carreguei a necessidade de me endividar, de estar carente, sentir-me pobre… Percebo que agora isso não faz mais sentido. Não te ajuda, pois mantém você preso a mim. E não me ajuda, pois eu não posso prosperar e honrar você de uma maneira confortável, como você merece. Por isso, deixo pra você, o que pertence a você. E fico com o que é meu. Fico com o amor, a honra e o respeito.
Imagine-se colocando aos pés desta energia um grande pacote. Imagine tudo o que você sente de doloroso, todos os problemas e cobranças que a dívida lhe causou, e deixe aos pés deste antepassado, com respeito e profunda reverência. Sinta na respiração, conforme o ar sai, que o peso continua saindo. E conforme o ar entra, que o amor e a reverência vai preenchendo o seu ser.
Este é um movimento que continua eternamente. O peso da dívida, assim como qualquer outro peso, não pertence a você. Nunca pertenceu. Você é um ser próspero, divino, filho do Criador. Não existe dor, pecado, maldade, desvios, em sua essência. Tudo o que parece ser mau, é somente amor visto de forma distorcida. A dívida aponta para o amor. A necessidade de amar algo dentro de você. Para que, após visto, possa esta energia ser transmutada em prosperidade. Criação. Serviço ao próximo. Tudo na vida é amor. Lembre-se disso. Tudo na vida é amor. Encontre o amor em todas as situações, e seu mundo se transforma. E quando você estiver leve, sentirá a necessidade de doar-se, pois a energia da prosperidade necessita de movimento. Você precisa se doar ao outro. Neste fluxo, não haverá mais espaço para dívidas… só para o amor.
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